Quem quer emagrecer não pode comer carboidrato?
O carboidrato é uma parte muito importante da nossa alimentação, pois unido a ele estão as fibras, muitas vitaminas e minerais necessários ao bom funcionamento de todo o nosso metabolismo, nosso funcionamento corporal.
Quais alimentos têm carboidratos?
Frutas, verduras, leite e derivados, raízes, grãos, além de farinhas e o próprio açúcar. É uma excelente fonte de energia e a preferida pela grande maioria dos nossos órgãos internos.
“Mas preciso emagrecer e ouvi falar que cortar carboidrato vai me ajudar”. Essa afirmação é mentirosa, pois se cortarmos todo o carboidrato da dieta, nosso corpo irá utilizar a gordura para gerar energia (isso é bom) e as proteínas (isso é ruim).
Se usar as proteínas como energia, uma parte será descartada como ureia e a outra será utilizada como carboidrato, sendo que a ureia em excesso pode sobrecarregar o funcionamento renal. Além disso não utilizaremos as proteínas como construtores e reconstrutores musculares, enzimáticos e teciduais, estaremos usando uma fonte cara e nobre para simplesmente gerar energia.
Quando cortamos o carboidrato totalmente o cérebro tem de se adaptar em utilizar outra fonte energética que são os corpos cetônicos, vindos da gordura e utiliza também os músculos como fonte proteica, fazendo a transformação para glicose.
Para o cérebro este processo tem um custo, que pode gerar mal-estar, fadiga e aumento de cortisol. O cortisol é um hormônio relacionado ao estresse, que se estiver alto com constância pode piorar casos de resistência à insulina, aumentando a probabilidade, por exemplo de ganho de gordura abdominal e dificultando a manutenção da massa muscular.
Sem carboidrato, a ingestão de fibra fica muito reduzida, o que dificulta o funcionamento intestinal, mudando a população de bactérias benéficas ao corpo, desta maneira teremos além de um intestino funcionando mal, provocando inchaço abdominal, mais inflamação corporal e piora da imunidade.
E agora? O que eu faço?
A ideia é primeiramente escolher os melhores carboidratos que trarão uma carga boa de nutrição para o corpo, como frutas, legumes, raízes e grãos integrais, estes têm os itens que citei (fibras, vitaminas e minerais) e além disso demoram mais para “virar açúcar” no sangue, com isso o uso como energia é melhor gerenciado e menos quantidade será armazenada como gordura no corpo.
Em segundo lugar devemos pensar numa adequação da quantidade de carboidrato consumida, analisando o peso da pessoa, se faz atividade física e qual a intensidade, a idade, a fase de vida, por exemplo, se é adulto, adolescente, gestante, idoso, pois cada fase tem suas exigências. Após pensar no ajuste do carboidrato é sempre necessário avaliar a quantidade de caloria que é consumida durante o dia todo.
O que realmente fará uma perda de peso acontecer é consumir menos calorias que utilizamos, a fim de podermos utilizar nossa gordura como fonte de energia. Mas até para isso precisamos de um pouco de carboidrato, pois para a gordura ser “queimada” ela passa por um ciclo onde um pouco de carboidrato é necessário para o processo.
O que realmente fará diferença é cortar sim açúcares e doces, reduzir muito ou até cortar, dependendo do caso, o consumo de farinhas refinadas como pães, biscoitos e bolos, refrigerantes e dar preferência para o consumo da fruta inteira e não em forma de sucos.
Os alimentos e nosso corpo são perfeitos, o que precisamos é ter equilíbrio e moderação, utilizar comida de verdade em quantidades não excessivas e nos movimentarmos. É lógico que para resultados mais consistentes a ajuda do nutricionista será fundamental para uma orientação e direcionamento personalizado a fim de evitar sofrimento principalmente no início de uma mudança no estilo de vida.
Por: Luciana Borges CRN: 12912
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